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Aluguel de Bitcoin: oportunidade ou péssimo negócio?

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Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Aluguel de criptomoedas surge como um das novas opções de investimento no Brasil.
  • Prática, no entanto, está ligada a atividades suspeitas.
  • Empresa que oferece serviço no país já foi alertada por entidade do setor.
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Quem acompanha o setor de criptomoedas sabe que o Bitcoin é o ativo institucional que mais valoriza em 2021. No entanto, isso não livra o mercado de oportunidades suspeitas de investimento, como o aluguel de Bitcoin.

Criptomoedas oferecem rendimentos mais robustos que os tradicionais. Não por acaso, o setor abriu o ano movimentando US$ 68,3 bilhões (R$ 388,8 bilhões) diariamente e recentemente atingiu US$ 2 trilhões (R$ 11,29 bilhões) de valor de mercado.

Entretanto, quem resolve investir nesse negócio precisa ficar atento para não cair em golpes. A prática de mineração de Bitcoin, por exemplo, já está legalizada em 5 países, mas ainda é uma atividade usada como isca por fraudadores para atrair vítimas.

Conheça, a seguir, outra proposta que chega no mercado: o aluguel de Bitcoin.

Investimento ou cilada?

Disfarçada de uma modalidade de negócio altamente lucrativa, quase como uma oportunidade única de enriquecimento, a locação de criptomoedas é, geralmente, apresentada como uma atividade simples, funcionando de forma bem parecida com a locação de um imóvel.

Para iniciar, é supostamente preciso apenas fazer um aporte inicial em criptomoeda. Conforme a faixa do investimento efetuado, o operador promete uma rentabilidade fixa mensal, que se inicia em 4% com possibilidade de chegar a 6%.

Além disso, esses supostos alugueis de Bitcoin prometem um lucro maior para o investidor que trouxer novos investidores, recebendo assim bônus pela indicação. Isso faz com que a atividade de aluguel se difunda de forma mais rápida.

O mecanismo, portanto, é semelhante ao de empresas acusadas de operar pirâmide financeira.

Empresa de aluguel de Bitcoin

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em um comunicado, fez um alerta para as principais características de supostos golpes financeiros, como:

divulgação (ofertas) de oportunidades de investimentos ou operações com promessa de alta lucratividade, cujos rendimentos ou lucros anunciados são muito superiores aos que poderiam ser obtidos no mercado formal, por meio de negócios regulares.

Essas ofertas omitem o quão arriscadas deveriam ser, não fossem elas fraudulentas, pois é certo que quanto maior o rendimento esperado, maior também deve ser o risco esperado.

Nesse caso, deve-se desconfiar de propagandas que mostram claramente a viabilidade econômica do “investimento”:

  • oportunidades de investimentos com supostas garantias reais;
  • pouca informação sobre a empresa ofertante, o produto, o serviço, o suposto negócio ou o investimento;
  • empresa, projeto, negócio ou empreendimento novos, sem histórico verificável

Por esse motivo, empresas que oferecem esse tipo de serviço devem ser consideradas suspeitas, inclusive se o aluguel de Bitcoin estiver envolvido.

A companhia também se apresentava como gestora de ativos autorizada a funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o que não é verdade. Em consulta ao registro da autarquia, a Braiscompany não surge como autorizada ou dispensada de licença.

Na nota, a Anbima reforça que a Braiscompany não é sua associada, não é aderente aos Códigos de Melhores Práticas e usa indevidamente a marca da Associação em eventos e materiais publicitários.

No início de 2021, a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) fez um alerta sobre a empresa Braiscompany por uso indevido do selo da entidade.

O alerta de golpes praticados pela Braiscompany também foi feito por influenciadores digitais e especialistas do mercado financeiro, como o é o caso de Tiago Reis, fundador da Suno Research, que chegou a anunciar em seu Instagram que a empresa é uma pirâmide financeira.

Locação de criptmoedas de forma legalizada

bitcoin

Apesar das suspeitas de golpe, o aluguel de Bitcoin existe, desde que o investidor adira a contratos futuros, ofertados em mercados derivativos. Entretanto, em solo brasileiro, essa operação também requer licença da CVM.

Ano passado, a Binance,  a maior exchange de criptomoedas do mundo em volume negociado, foi proibida de oferecer derivativos de Bitcoin no Brasil e ameaçada de multa. O caso se estende até hoje após a exchanges nacionais denunciarem a corretora estrangeira ao Ministério Público.

Para além das decisões da CVM, vale destacar que antes de adquirir um produto de investimento é fundamental avaliar as credenciais e registros das instituições. A Anbima e a CVM oferecem ferramentas para que investidores verifiquem se uma instituição é habilitada a prestar serviços para os brasileiros.

A consulta para verificar se uma empresa está registrada e segue o regramento da Anbima pode ser feita diretamente nos sites da Associação e da CVM.

Para quem ainda não possui conhecimento suficiente na área de criptomoedas, é fundamental buscar suporte de especialistas no mercado, que indiquem os mais vantajosos métodos e conteúdos para o aprendizado.

A compra, a armazenagem e a movimentação de cripmoedas devem ser feitas apenas com empresas de inteira confiança do investidor.

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Késia Rodrigues
Graduada em Letras, Mestre em Estudos Literários, entusiasta de tecnologia e leitora assídua de conteúdos sobre fintechs, criptomoedas e blockchain. Tem experiência em projetos digitais nos segmentos de mercado financeiro e finanças pessoais. No Portal BeInCrypto, atua na produção e tradução de notícias para o site.
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