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Desvendando os mistérios do metaverso – Guia para iniciantes

10 mins
Atualizado por Airí Chaves

Nos últimos meses, você deve ter ouvido falar de algo chamado metaverso. Junto com o metaverso, várias dúvidas surgiram. Afinal, o que é esse termo? O metaverso vai substituir a internet? E talvez tenha algo a ver com NFTs?

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O metaverso é difícil de explicar por uma simples razão: ele, necessariamente, não existe. Em parte, é um sonho para o futuro da Internet e em parte uma maneira legal de englobar algumas tendências atuais em infraestrutura online, incluindo o crescimento de mundos 3D em tempo real.

Neste artigo vamos tentar explicar o que é o metaverso e porquê a internet e e empresas estão tão interessadas nesse assunto.

Neste artigo:

O que é o metaverso

imagem: Time

O metaverso é um termo muito usado nos livros e filmes de ficção científica. Inclusive, o escritor Neal Stephenson foi o primeiro a mencionar o termo “metaverso” em seu livro Snow Crash de 1992. No livro, o termo foi usando para significar um universo gerado por computador.

Desde então, o termo é geralmente entendido como um mundo virtual altamente imersivo e compartilhado, onde as pessoas se reúnem para jogar, socializar e trabalhar.

Além disso, o termo também está ligado ao desenvolvimento da Web3.0, que alguns acreditam que será o próximo capítulo da existência da Internet – um construído em blockchains que, teoricamente, democratizará o acesso e o poder e enfraquecerá o controle das maiores empresas de tecnologia.

No entanto, o termo “metaverso” ainda é algo muito vago e complexo. Afinal, o termo não se refere a nenhum tipo específico de tecnologia, mas sim a uma ampla mudança na forma como interagimos com a tecnologia.

Em termos gerais, as tecnologias que compõem o metaverso podem incluir realidade virtual – caracterizada por mundos virtuais persistentes que continuam a existir mesmo quando você não está jogando – bem como realidade aumentada que combina aspectos dos mundos digital e físico. No entanto, não exige que esses espaços sejam acessados ​​exclusivamente por VR ou AR.

Mudança na forma como interagimos com as tecnologias

Além disso, o termo também se traduz em uma economia digital, onde os usuários podem criar, comprar e vender mercadorias. E, nas visões mais idealistas do metaverso, é interoperável, permitindo levar itens virtuais como roupas ou carros de uma plataforma para outra.

Por enquanto, a maioria das plataformas tem identidades virtuais, inventários e avatares vinculados a apenas uma plataforma. Entretanto, um metaverso pode permitir que você crie um personagem ou uma persona que pode levar a qualquer lugar com a mesma facilidade com que copia sua foto de perfil de uma rede social para outra.

No entanto, ainda que a maioria das plataformas possuam uma identidade vistual própria e vinculada a ela mesma, alguns jogos online já conseguiram criar plataformas que podem ser os blocos de construção para o desenvolvimento do metaverso.

Minecraft, Fortnite e Roblox são alguns exemplos. Há quem diga que o Roblox, um jogo jogado por crianças, pode ser a plataforma de metaverso mais poderosa no futuro.

Metaverso é só videogames?

Ainda que os videogames estejam um passo a frente, não se engane quanto ao potencial do metaverso. Se você adotar a visão mais ampla da Web3.0, o metaverso envolve muito mais.

O Fortnite já recebeu shows de Ariana Grande e Travis Scott, enquanto o show do Lil Nas X no Roblox no ano passado teve 33 milhões de visualizações.

Além disso, startups já estão entendendo o potencial do metaverso. Incluíndo, a construção de experiências musicais imersivas para o metaverso com parcerias com artistas como David Guetta, Snoop Dogg, Ne-Yo e Akon.

Ademais, um grande número de criativos, de músicos a designers de moda, construirá negócios em torno do fornecimento de bens e serviços para o metaverso. Recentemente uma empresa inglesa lançou uma sala de colaboração virtual onde os designers podem trabalhar remotamente juntos no mesmo projeto de design 3D.

Voltado para os negócios, existe o potencial para reuniões, educação e saúde, com a criação de vídeos de treinamentos em RV para empresas. Outro exemplo é a construção de uma plataforma onde pacientes socialmente ansiosos puderam superar seus medos entrando em cenários sociais virtuais imersivos junto com um terapeuta.

Parece absurdo? Saiba que todos esses projetos estão sendo construídos por empresas de vários países diferentes.

NFTs fazem parte do metaverso?

A interoperabilidade do metaverso se tornou mais fácil com as criptomoedas e NFTs. Além disso, o mais importante, esses tokens trocáveis também tornarão possível mover sua identidade virtual e bens entre diferentes mundos metaversos – você pode pegar sua espada pixelizada de um jogo Roblox e transformá-la em uma arma poderosa em Fortnite, por exemplo.

É quando o metaverso se torna verdadeiramente “meta” e você pode pular sem problemas entre as plataformas da maneira que romances de ficção científica imaginaram.

Por exemplo, pense nisso como aquele momento na década de 1990, quando os telefones celulares começaram a permitir que as pessoas trocassem mensagens de texto em redes diferentes e, de repente, os sms explodiram além das expectativas de qualquer pessoa.

Os NFTs são uma forma de registrar quem possui um bem virtual específico, criar e transferir bens virtuais é uma grande parte do metaverso, portanto, NFTs são uma arquitetura financeira potencialmente útil para o metaverso. Por exemplo: se você comprar um boné virtual na plataforma A do metaverso, os NFTs podem criar um recibo permanente e permitir que você resgate o mesmo boné nas plataformas B a Z do metaverso.

Além disso, muitos artistas de NFT estão vendendo avatares colecionáveis como o CryptoPunks e Bored Apes, às vezes por quantias astronômicas. No momento, essas são principalmente arte 2D usada como fotos de perfil de mídia social. Mas já estamos vendo algum cruzamento com serviços do estilo “metaverso”. Por exemplo, uma empresa está construindo um sistema chamado CryptoAvatars, que permite aos usuários comprar avatares 3D como NFTs e usá-los em vários mundos virtuais.

Metaverso é o futuro da internet?

Seria o metaverso o futuro da internet? Certamente as pessoas estão falando sobre isso! O CEO do antigo Facebook, Mark Zuckerberg descreveu o metaverso como “uma internet incorporada”. Ou seja, basicamente uma versão atualizada da internet onde as pessoas podem ter “experiências diferentes que você não poderia necessariamente ter em um aplicativo 2D ou página da web”.

Além disso, outras pessoas entendem o metaverso de uma forma semelhante, imaginando o metaverso como “uma espécie de playground online onde os usuários poderiam se juntar aos amigos para jogar um jogo em um momento e depois assistir a um filme via Netflix. Portanto, se você está imaginando um lugar onde pode assistir a vídeos, jogar com amigos e comprar coisas, isso vai acabar se parecendo muito com a internet.

Um dos principais benefícios do metaverso é poder estar “presente”- a sensação de que você está fisicamente se envolvendo com as pessoas e lugares em vez de observá-los por uma janela. Reunir seus colegas de trabalho em torno de uma mesa virtual, por exemplo, pode parecer mais natural para algumas pessoas do que olhar para uma grade de miniaturas do Zoom.

A internet não se tornará obsoleta

No entanto, muitas peças parecem tão prováveis ​​de complementar a internet quanto substituí-la. Por exemplo, um camarim virtual faz sentido se você quiser ver como uma roupa ficaria em você. Não requer necessariamente uma loja virtual inteira, no entanto, apenas uma maneira fácil de alternar entre experiências planas e espaciais.

Além disso, um bom ponto de comparação pode ser a internet móvel, que viu uma série de complementos de serviços baseados em aplicativos ou até mesmo substituir sites tradicionais – mas também não tornou as opções para desktop obsoletas.

Uma internet com muito texto e não em tempo real também tem algumas vantagens notáveis. Afinal, computadores de ponta, consoles de jogos e fones de ouvido de realidade virtual que oferecem suporte a ambientes virtuais detalhados podem ser caros.

Além disso, se pensarmos em inclusão, temos que lembrar que pessoas com problemas de mobilidade ou conexões lentas com a Internet podem achar inconveniente mover um avatar em um mundo 3D em tempo real. Ademais, pessoas com baixa ou nenhuma visão podem usar softwares para ler as telas e acessar texto em páginas da web, mas navegar em um ambiente baseado em imagens pode ser mais difícil.

Claro que o metaverso ainda é algo novo e trás mais perguntas do que respostas e os especialistas em acessibilidade podem ajudar a diminuir esses problemas. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer antes dessas questões serem resolvidas.

O metaverso vai se tornar a nova forma de publicidade?

Uma das preocupações com a adoção em massa ao multiverso, é que, assim como as redes sociais, esse espaço seja bombardeado de publicidades. Não é novidade para ninguém que nos últimos anos as redes sociais se tornaram espaços murados, onde você só se “socializa” com a sua bolha, revestido de anúncios.

No entanto, as criptomoedas e principalmente os NFTs podem trazer uma alternativa à publicidade em massa. Por exemplo, os designers do jogo Roblox ganham dinheiro que não é movido por anúncios, vendendo produtos digitais em seus mundos individuais e permitindo que a empresa receba uma parte.

Entretanto, apesar dos NFTs serem uma alternativa viável aos sistemas com suporte de anúncios, os tokens não fungíveis tem seus próprios efeitos colaterais negativos em potencial.

Porém “publicidade” é uma palavra capciosa. Por exemplo, se continuarmos falando em jogos, imagine um mundo repleto de grandes franquias da cultura pop e grandes marcas, já imaginou as montadoras colocando modelos de seus carros no metaverso para permitir que as pessoas testassem eles? Ou então beber uma cerveja com o seu personagem da Marvel ou DC favorito?

Por mais interessante que isso possa parecer, precisamos pensar até que ponto podemos deixar a publicidade e as marcas fazerem parte do nosso universo. De acordo com alguns especialistas, o metaverso pode vir a ser um espaço comunitário expansivo e digitalizado onde os usuários podem se misturar livremente com as marcas. Há quem diga que o metaverso é um reino de cultura e identidade digital para que as marcas descubram ainda mais seu potencial completo.

Se isso será positivo ou negativo, só o futuro dirá. No entanto, ainda há tempo para ajudar a moldar o futuro do metaverso – presumindo que ele realmente chegue.

Quais os perigos do metaverso?

Geralmante, toda novidade é rodeada de incertezas, e o mesmo acontece com o metaverso. Assim como o Spotify passou por problemas no início, provavelmente o metaverso verá disputas sobre propriedade intelectual, licenciamento de conteúdo, proteção de dados, bem como riscos em torno de criptoativos.

No entanto, muitos desses processos terão que ser travados para estabelecer as regras. Por exemplo, em setembro, a empresa Roblox acertou um processo com a Associação Nacional de Editores de Música dos Estados Unidos (NMPA), que abre caminho para que os artistas possam apresentar sua música no metaverso.

Entretanto, as para os investidores, o maior risco é descobrir quais empresas realmente sabem como construir um metaverso atraente ao qual as pessoas vão querer aderir e retornar. Ou seja, nem todos os metaversos terão sucesso. Mas será interessante acompanhar o desenvolvimentos dos metaversos e aprender com abordagens diferentes.

Outro risco, é que o metaverso permaneça muito fragmentado e os usuários tenham problemas em assumir suas identidades virtuais em diferentes plataformas. Apesar de várias empresas estarem lutando para unificar os diferentes mundos virtuais, existe o risco de que nenhum vencedor forte surja levando a comunidades fragmentadas.

Muito barulho por nada?

A internet e a mídia tradicional foram tomadas por notícias sobre o metaverso. Todo mundo quer saber do que se trata esse termo e quer colocar as mãos em um pedacinho do metaverso. No entanto, apesar do barulho todo que o termo está causando, os investimentos nesta área ainda são baixos.

Apesar de algumas empresas de jogos terem conseguido levantar uma rodada de financiamento de bilhões de dólares, essas rodadas são pontos fora da curva.

Quando se trata de dinheiro, os investimentos em criptomoeda e Web 3.0 estão virando notícia, mas principalmente porque este é um universo novo onde casos de uso são desenvolvidos todos os dias. No entanto, os valores dos investimentos raramente são superaltos. Afinal, os investidores ainda estão, em sua maioria, esperando para ver quais startups valem a pena apoiar.

Porém, especialistas acreditam que o metaverso ainda vai atrair muito dinheiro, principalmente no próximo ano. Os grandes investidores já estão observando o mercado, e a tendência é que o metaverso deixe de ser “barulho” e se torne um investimento lucrativo para as empresas.

No entanto, é importante lembrar que as tecnologias utilizadas para construir o metaverso, ou transformar um mundo virtual no metaverso são iguais as que já usamos agora. MMOs e mundos virtuais inteiros, avatares online, plataformas de comércio e shows digitais já fazem parte do nosso dia a dia.

Ter em mente que o metaverso, pelo menos pra muitas pessoas, ainda é uma promessa de melhoria do que já existe hoje é muito importante. Além disso, essa melhoria e evolução pode não se dar de forma linear. Afinal, não tem como garantir que as pessoas vão querer trabalhar em um escritório virtual ou que as tecnologias de AR e VR se tornarão perfeitas o suficiente para serem tão comuns quanto um celular.

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O metaverso veio para ficar?

Em um mundo cada vez mais digital, onde as criptomoedas estão ganhando cada vez mais mercados e a blockchain conseguiu revolucionar diversas áreas da nossa vida, pensar que o metaverso vai falhar é ser, no mínimo, ingênuo. O metaverso ainda está no início do seu desenvolvimento, mas o potencial para inovar e crescer é muito grande.

Além disso, grandes companhias como o antigo Facebook e a Microsoft já entenderam o potencial do metaverso. Portanto, é inevitável que esse projeto faça parte da nossa vida.

Se o metaverso vai ser parte do dia a dia da população mundial, ou se será limitado somente à um nicho que usuários, somente o futuro dirá.

Perguntas frequentes

O que é o metaverso?

O metaverso é real?

Para que serve o metaverso?

O Facebook ou Meta são donos do metaverso?

Como investir no metaverso?

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Airí Chaves
Com formação em marketing pela Universidade Estácio de Sá e um mestrado em liderança estratégica pela Unini, escreve para diversos meios do mercado de criptomoedas desde 2017. Como parte da equipe do BeInCrypto, contribuiu com quase 500 artigos, oferecendo análises profundas sobre criptomoedas, exchanges e ferramentas do setor. Sua missão é educar e informar, simplificando temas complexos para que sejam acessíveis a todos. Com um histórico de escrita para renomadas exchanges brasileiras,...
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