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CEO da Transfero Swiss, Thiago Cesar, Comenta Sobre Bitcoin, Halving e Mercado em Entrevista Exclusiva

6 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Para Thiago grande parte do Halving já pode estar precificada.
  • Até o fim do ano os preços devem se ajustar para a queda na oferta de Bitcoin.
  • Nós corremos o risco de ter uma regulação Frankenstein no Brasil.
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Você sabe qual a opinião dos principais gestores de fundos de investimentos sobre os principais assuntos sobre criptomoedas? Nessa entrevista, Thiago Cesar conversa sobre suas expectativas para o Bitcoin, a Transfero Swiss, e mais!

Quem é Thiago Cesar?

Thiago está no mercado de trading desde o começo de sua carreira, em uma empresa coreana responsável por negociar os mais diversos produtos entre Brasil e Ásia. Foi então que percebeu a dificuldade para o brasileiro investir no exterior. Após alguns anos, entrou para o mestrado pesquisando exatamente sobre criptomoedas, visando a internacionalização das finanças, e realizando as primeiras compras de Bitcoin no final de 2012. Foi então que optou por fundar a Transfero Swiss em 2017, com o objetivo de facilitar a entrada do investidor nacional no mercado de criptomoedas com o uso de um serviço profissional de gerenciamento. Ainda em 2017, a empresa foi integrada ao Crypto Swiss Valley, em Zug.

Com Quem Você Está Fazendo Negócio?

Uma das maiores preocupações para o investidor que está iniciando no mercado, deve ser com quem está se relacionando. Conforme ressaltado por Thiago, o investidor deve se perguntar sobre a qualidade do serviço prestado por aqueles com quem ele se relaciona. Sempre que te prometerem que ficará rico muito rapidamente, desconfie. A segunda pergunta que o investidor deve se fazer é entender o motivo de estar comprando criptoativos. Ter o horizonte de investimento em mente ao definir sua entrada no mercado. Para Thiago, é importante que o investidor não queira ficar rico da noite para o dia, porque isso não irá acontecer.

O Bitcoin Cumpre Sua Função Como Segurança

Desde a crise de 2008, os bancos centrais vem injetando uma alta quantia de dinheiro no mercado com o intuito de manter os níveis de preço dos ativos em um patamar que seja confortável. Conforme notado pelo Thiago, esse tipo de interferência na economia infla o preço dos ativos, impossibilitando o livre mercado e um mecanismo justo dessa precificação.
“Como pode o S&P500, ou algumas ações, estarem em preços pré-crise, pré corona e quarentena, se as empresas que essas ações representam não estão vendendo, ou não estão operando?”
No crash de março, o que houve foi uma busca por liquidez. Assim, os investidores que estavam posicionados em ativos mesmo no mercado tradicional, precisaram de “cash” para cumprir margens em corretoras. Desse modo, o Bitcoin cumpriu muito bem seu papel de dar liquidez para esses investidores, reafirmando então seu papel de ativo de segurança. Thiago ressalta ainda que a queda que o Bitcoin sofreu em março foi vista também no ouro, que é considerado um ativo de segurança há milhares de anos.
“O fato do Bitcoin, ou o ouro ter caído, não vão contra a tese de serem ativos de segurança. Até mesmo o ouro que há 3.000 anos é considerado um ativo de segurança em momento de crise, caiu junto com todos os outros ativos.”

Duas Lentes Para o Movimento dos Mercados

Quando perguntado sobre a estratégia de gerenciamento dos investidores em momento de busca por liquidez, Thiago ressalta que há duas análises a serem feitas. A primeira é quanto a exposição ao mercado de criptomoedas. Para fundos que possuem todos os ativos em criptomoedas, momentos de forte volatilidade no mercado devem assustá-los e gerar pedidos de saque. No entanto, este não é o caso da Transfero Swiss. Thiago destaca que o perfil dos seus investidores é de um ticket médio maior e, portanto colocam uma pequena parte dos seus ativos nos fundos. Sendo assim, quem precisou realizar algum saque em março foi apenas para pagar alguma parcela pontual, e já reingressou com pelo menos boa parte do seu capital. A outra lente proposta por Thiago é a percepção de valor no criptoativo. Para os investidores dos fundos com objetivos de médio a longo prazo, as oscilações de preço em curto espaço de tempo não assustam tanto. Sendo assim, a ansiedade e medo que causam a solicitação de saques não assusta tanto o investidor de seus fundos.

Bitcoin Acima de U$ 15 Mil No Fim do Ano

O halving do Bitcoin acontece no mês maio. As expectativas são sempre grandes já que nas vezes que o evento ocorreu no passado, ocasionaram forte alta no preço. Thiago ressalta que o halving é uma das maiores certezas que se pode ter sobre o mercado, e por afetar diretamente no equilíbrio oferta e demanda, irá gerar uma necessidade de reajuste de posições.
“Existe uma certeza por trás do halving: a oferta de Bitcoins gerados cai pela metade.”
A próxima pergunta que se deve fazer é um detalhe temporal:
“Quando é que o mercado vai se ajustar a um estoque cortado pela metade, de emissão cortada pela metade.”
Para Thiago, muito do halving pode já ter sido precificado na subida de U$ 3 mil a U$10 mil, mas ainda assim é difícil traçar um padrão, já que o evento não ocorreu tantas vezes. O CEO defende ainda que acha pouco provável o aumento de preços vir logo em sequência do halving, mas até dezembro o mercado se ajusta à nova realidade.
“Até o final do ano o mercado se ajusta e a gente pode ver o Bitcoin num patamar acima dos U$ 15 mil, U$ 16 mil, é muito provável.

O Banco Central Nos Fez ir Para a Suíça

Apesar de ter um escritório mãe no Rio de Janeiro, a Transfero Swiss é sediada de fato na Suíça. Thiago conta um pouco sobre a história da empresa. Após ser sabatinado no Banco Central, sobre a proposta de criação da TS, Fabio Lacerda (ex-chefe do departamento de normas e regulações) recomendou que a empresa se mudasse para um país com uma regularização mais estruturada para cripto, e desse modo pode trazer muito mais confiança e tranquilidade para a Transfero. Apesar do conhecido Crypto Valley, em Zug, na visão de Thiago alguns outros países estão finalmente conseguindo tirar a diferença regulatória que tinham para criptomoedas em relação à Suíça. No entanto, o Brasil ainda está muito para trás. Comentando sobre a PL 2303, conhecida como CPI das criptomoedas, o CEO destaca que o motivo foi errado. Aqui a postura é muito mais reativa, visto que só surgiu após termos grande problemas com pirâmides, esquemas ponzi, etc.
A Suíça quis regular o tema por ser um tema relevante, e por ser importante existir um arcabouço para se tratar dele. No Brasil não. Deu problema, tem golpista, então a gente tem que regular para prevenir isso.
Outro problema apontado por Thiago é que o Banco Central apenas aplica as leis, e não as cria. Desse modo, mesmo o Bacen tendo uma ótima equipe, nós acabamos sofrendo porque o debate por políticos pode gerar uma regulação “Frankenstein”.
“(…) eu não colocaria o mesmo óculos para olhar para a regulação Suíça, e o mesmo óculos para olhar para a regulação brasileira. Então eu tenho meus medos ainda em relação ao tema regulação no Brasil.”

As Vantagens de Um Fundo no Exterior

Assim como fazem muitos bancos latino americanos, os fundos da TS se localizam em Bahamas, e a estrutura jurídica na Suíça. Thiago nota que a quotização do fundo em dólares é uma das maiores vantagens para o investidor. E que, na opinião do CEO, o brasileiro precisa mensurar seu patrimônio em dólares, já que o real não é uma moeda conversível internacionalmente. Mesmo que no Brasil exportamos produtos, Thiago defende que isso só é possível porque importamos outros insumos para produzir. Desse modo, as oscilações que vivemos no câmbio Dólar-Real impactam no preço de todos os bens que consumimos.
“A Netflix tem o centro de custos dela em dólar, então a precificação que ela vai rever no Brasil vai ser baseada na remessa de lucro que ela vai fazer em dólar para a empresa.”

A Dica Valiosa

Para finalizar nossa conversa, Thiago defende que é difícil estar em uma posição de dar uma dica valiosa, já que todos estamos ainda aprendendo a desenvolver. No entanto, se pudesse aconselhar seria na questão de ter cuidado com quem está investindo e quais os objetivos por trás desse investimento. O ideal é que o investidor de criptomoedas enxergue os problemas no mundo atual. Tanto a bolha de ativos, quanto o iminente conflito entre Estados Unidos e China, deve trazer fortes movimentações no mundo.
“Dado que o mundo está muito incerto no futuro, olhara para o criptoativo, e não só para o criptoativo, mas como ouro e ativos que tem a mesma característica como um porto seguro, como alternativa de diversificação (…), eu acho que esse é o caminho para se encarar esse mercado.”
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Caio Nascimento
Caio é um grande entusiasta de criptomoedas e day trader em tempo integral. A paixão pelo mercado financeiro e pela escrita permitiu que começasse a fazer parte do projeto BeInCrypto em ser o principal portal de notícias de criptomoedas e blockchain. Caio é também estudante de Ciências Econômicas.
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