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Exclusivo Country manager da Ripio vê Brasil liderando mercado de criptomoedas

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Henrique Teixeira acredita no boom dos ativos digitais no Brasil.
  • Criptoativos serão mais uma opção para o investidor.
  • O DeFi e os tokens vieram para ficar e ajudar a desenvolver o mercado de criptomoedas de forma mais rápida.
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Com mais de 100.000 usuários ativos, Ripio é a mais nova Exchange a se interessar pelo Brasil. Em outubro, a empresa obteve US$ 31 milhões em uma venda direta de tokens Ethereum.

A Ripio contratou Henrique Teixeira para ser seu Country Manager no Brasil. Em conversa com o BeInCrypto, ele falou sobre os fatores que influenciaram a decisão da Ripio de operar no país e quais os diferenciais que o nosso mercado tem em relação ao de outros países.

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O engenheiro mecânico, que migrou para o mercado financeiro no final da década de 1990, quando fazia pós-graduação no IBEMEC, explica como funciona a Ripio e o que pensa sobre o futuro dos cripoativos no mercado brasileio.

“A Ripio já tinha uma operação no Brasil que era relativamente pequena até o ano passado, mas com a aquisição da Bitcoin Trade, que já era uma das maiores exchanges do Brasil, a Ripio projetou uma presença bem maior aqui,  e agora com uma operação grande”, afirma.

“Entramos no Brasil com os dois pés, os dois braços e o corpo, tudo junto. Entramos com tudo. No momento certo e na hora certa”.

Ele destaca a evolução do mercado financeiro como um dos fatores para essa decisão: “Recentemente veio o PIX, o open banking e open finance também estão vindo com tudo. A própria agenda do Banco Central de modernizar a parte de câmbio, tem o real digital vindo por aí também. Tudo isso contribuí para continuamos à frente de muitos mercados na América Latina e quiçá no mundo também”.

Eu vejo o Brasil liderando esse mercado de criptoativos – desde a ponta de desenvolvimento do produto até a ponta financeira. Então, olhando a América Latina, hoje, sem dúvida nenhuma, o Brasil é a menina dos olhos de qualquer investidor que busque uma oportunidade na região.

A Binance domina boa parte do mercado brasileiro. Quais os diferenciais que a Ripio oferece e qual a estratégia para enfrentar essa dominância?

Eles têm um modelo global aplicado em diversos países do mundo e acabam ganhando muito marketshare em um curto espaço de tempo. A nossa visão é que eles conseguem fazer isso muito bem globalmente, mas a longo e médio prazo, deixa de ser sustentável. Por exemplo, nessa área de marketshare, a empresa entrou no Brasil zerando as taxas de saque para os clientes, só que logo depois tiveram que ajustar a estratégia e  passaram a cobrar novamente por saque. Era algo em torno de R$ 2,80 ou R$ 3 por saque.

Então esse modelo de entrar no país, comprar marketshare com taxas baixas e oferecendo campanhas específicas realmente funciona no curto prazo, mas a gente acredita que no médio e longo prazo, as exchanges locais irão conquistar esse marketshare de volta .

E os motivos são vários: tem a questão cultural que é muito importante no mercado brasileiro e América Latina, da segurança, liquidez, ou seja, tudo isso faz com que o nosso mercado seja interessante para investidores internacionais.

Acredito que no médio e longo prazo, as exchanges locais irão reconquistar marketshare e voltar a crescer de uma forma mais rápida do que as estrangeiras de modo geral.

A discussão sobre como regulamentar o mercado de cripto tem aumentado. A estreia do ETF de cripto na bolsa de NY também ajudou impulsionou o assunto nos últimos dias. Como vocês percebem este processo e como pretendem se adaptar a ele?

Temos várias possibilidades para se adaptar a nova era que já está acontecendo. Temos o Bitcoin Trade, que hoje é o carro chefe no Brasil na parte de exchanges com um excelente marketshare.

Temos a Ripio Wallet, que é para o investidor que está começando e ainda não tem muita familiaridade com o assunto, que precisa ser educado com relação a essa questão dos cripto ativos, entender como funciona os riscos, como comprar, vender e entender a operação em sí, porque é um pouco diferente do mercado tradicional, de corretora de valores, B3.

Podemos dizer que nossa vantagem, hoje, é conversar tanto com os traders mais profissionais, os que já operam há muitos anos e fazem diversas transações por dia, quanto aquele investidor que está começando agora e vai fazer uma compra por semana, vai investir apenas de 1 a 5% do seu patrimônio de maneira mais conservadora.

O que eu vejo no Brasil é uma evolução muito rápida nos últimos meses com o advento de ETFs de Bitcoin e outras criptomoedas. Por aqui a parte de regulamentação está evoluindo em ritmo acelerado. Temos outras opções para investidores que querem se expor a criptoativos.

Hoje, além das corretoras, temos os bancos tradicionais, que irão começar a ofertar a compra e venda de Bitcoin (BTC) e Ethereum (ETH) para seus clientes. Eu acho que isso vai gerar uma reação em cadeia para operações de cripto e outros bancos tradicionais e empresas se sentirão mais confortáveis a operar criptomoedas, ETFs, etc. Existe uma oportunidade bem interessante de balancear a carteira de investimentos e os ativos digitais chegaram para complementar a estratégia de investir.

A regulação é boa. Eu acho que traz mais segurança para o mercado, mas sabemos que sempre vem por último, pelo menos na história das novas tecnologias. Quem não se lembra do caso Uber – discussões e protestos em todo mundo até chegar a um consenso regulatório.

O DeFi veio pra ficar e com certeza para ajudar a desenvolver esse mercado de uma forma mais rápida. A tokenizaçao é outro exemplo de maneira que a gente pode desenvolver esse mercado de maneira mais robusta. Uma nova era está sendo criada.

Quais as dificuldades para atrair mais pessoas para o mercado de criptomoedas? É mais fácil conquistar clientes hoje em relação a antigamente?

Hoje o número de CPFs que investem em Bitcoin e criptoativos já é maior do que a de CPFs que investem na B3. E eu acho que essa tendência vai continuar. É sempre bom lembrar que há o risco de volatilidade. Da mesma forma que os preços sobem muito rápido, também despencam. Então a gente aconselha a investir algo que não seja mais do que 5% do patrimônio.

A volatilidade é boa, é saudável para o mercado, porque ajuda os investidores que já aplicam a realizar lucros, a novos a entrarem no mercado. Outra coisa que observamos é uma procura grande de lojas no Brasil que querem vender e receber em ativos digitais. Muitos empresários querem absorver essa nova forma de pagamentos e essa nova economia que vai existir muito em breve.

O PIX é um belo exemplo aqui no Brasil que também revolucionou essa nova forma de efetuar pagamentos e intercambiar recursos entre pessoas. Como hoje o mercado opera 24×7 e não tem limitação como a Bolsa, que tem horários de abertura e fechamento. Eu acredito no boom dos criptoativos.

O próprio Brasil se prepara para lançar sua própria CBDC. Como ela pode influenciar os mercados e como as exchanges estão se preparando para receber esta novidade?

Acho que vai ser muito bom para o mercado ter o CDBC. Mais de 100 bancos centrais no mundo estão estudando a possibilidade de emitir o seu CBDC. E aqui, o Bacen lidera esse movimento e será muito importante  poder contar com CBDCs nesse ecossistema de ativos digitais, porque vai facilitar não só a regulamentação do ativo digital , mas também vai facilitar a criar novas avenidas, canais,  pipelines para esses ativos digitais transitarem de um lado para o outro.

Tanto os CBDCs quanto as stablecoins irão facilitar as transações financeiras e a interoperabilidade dos ativos digitais.

Nós temos dois eventos opostos movimentando o mundo cripto que são a adoção do Bitcoin como moeda em El Salvador e a proibição de criptomoedas na China. Como elas devem influenciar o mercado de criptomoedas no futuro?

No começo dos tempos do Bitcoin, o que acabou manchando um pouco a imagem do ativo, mas eu vejo de uma forma diferente. Hoje em dia nas operações com o Bitcoin e outras criptomoedas é possível saber quem enviou e recebeu o recurso, mesmo sendo um pseudônimo, é possível rastrear porque os blocos são públicos.

Eu vejo como uma ferramenta das autoridades. Alguns governos já utilizam isso como meio de conseguir traquear a informação de onde saiu e para onde vai , e muitas vezes é difícil descobrir isso com o dinheiro físico.

Sobre a China e El Salvador – eu vejo obviamente dois opostos. A China já anunciou o Yuan digital, então o governo vai querer obviamente tentar bloquear a utilização de [outros] ativos digitais e proibir a mineração. Mas a grande vantagem das criptomoedas é que elas são descentralizadas, então muitos mineradores devem migrar para os países amigos de cripto. Não podemos esquecer o custo da energia elétrica, que também influencia na decisão.

Você se formou como engenheiro elétrico e começou a vida profissional no mercado fiduciário. Como foi sua migração para o espaço cripto até chegar na Ripio?

Me formei em engenharia mecânica no Mackenzie. Acabei migrando da engenharia pro mercado financeiro quando estava fazendo pós no IBEMEC (hoje Insper) e nunca mais voltei

Quando me formei, o mercado financeiro contratava muito mais do que o mercado de engenharia, e eu já gostava muito de matemática e exatas. Tem que gostar muito. Tem muita gente que desiste no meio do caminho e acaba escolhendo outra profissão.

Depois de um ciclo internacional com passagens por grandes instituições financeiras em locais como Nova York, Londres e Cingapura, estou de volta ao Brasil.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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