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Exclusivo Empresas com blockchain terão boom com o 5G; tecnologia ainda enfrenta desafios

4 mins
Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • O uso de blockchain há muito se espalhou além do mundo cripto.
  • Cada vez mais empresas adotam a tecnologia em suas operações.
  • Tecnologia ainda tem desafios a superar antes da adoção em massa.
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Especial para o BeInCrypto

O uso do blockchain há muito deixou de se restringir aos mercados financeiros, ao Bitcoin e às criptomoedas. Nos próximos anos ela promete impactar ainda mais os segmentos da sociedade com a chegada do 5G.

Segundo um relatório de 2021 feito pela Global Startup Ecosystem Report, as empresas baseadas em blockchain representam 10% das startups em todo o mundo.

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A tecnologia blockchain está no primeiro grupo, com taxa média de crescimento de 107%, junto com a tecnologia agrícola (agtech) e novos alimentos, manufatura avançada e robótica, inteligência artificial (IA) e big data e fintech.

De acordo com o relatório, a blockchain é o segundo subsetor de crescimento mais rápido em termos de financiamento em estágio inicial, com um crescimento de 121% nos últimos cinco anos. 

Segundo um estudo conduzido pela Accenture em parceria com o Fórum Econômico Mundial, as perspectivas globais de gastos com as soluções de blockchain devem alcançar os US$ 12,4 bilhões em 2022, um crescimento anual de 76%.

Para sete das 10 empresas ouvidas (75%), os maiores benefícios da tecnologia são a rastreabilidade das informações, a verificação e a não adulteração dos dados. 

Dos setores financeiros ao mundo dos jogos

A tecnologia avançou rapidamente por outros setores, por reunir os atributos de registros de dados, mais segurança e confiabilidade no sistema. “Ele só foi possível pelo avanço dos equipamentos de telecomunicações e de dados”, lembra César Bergo, Coordenador da Pós-Graduação em Mercado Financeiro e Capitais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília (FPMB). 

O blockchain traz um conceito inovador e criou um sistema, que hoje é utilizado em larga escala. Sobretudo nas empresas com processos de cadeias mais complexos, envolvendo diversos fornecedores e os relacionamentos com os vários segmentos do mercado. 

“No mundo inteiro, em especial onde já foi implantada a tecnologia 5G, o avanço foi significativo nesses dois últimos anos. A medida em que evoluímos em sistemas, equipamentos, o conhecimento nas áreas da computação, da telecomunicação, dos serviços ligados a comunicação, o blockchain entra como um fator de redução de custos e segurança para os trabalhos desenvolvidos nas empresas”, explica Bergo.  

O avanço da ciência dos controles internos, compliance e riscos operacionais, alavancou também a demanda por esse tipo de tecnologia, que permite um registro seguro dos ativos da empresa e o compartilhamento desses dados com os diversos agentes de uma maneira segura, em função da criptografia. “Isso possibilita uma agilidade nas análises e na tomada das decisões”, diz o coordenador.

Vários atributos são interessantes nessa tecnologia, alguns se destacam mais, como o poder da descentralização, que permite uma distribuição das informações entre os vários usuários, todos os envolvidos ficam interconectados na mesma rede. 

Bergo conta, que por conta dessas características, a solução tem sido usada nos vários segmentos, que vão desde a justiça eleitoral, os contratos automatizados, registros de imóveis, no segmento da internet das coisas, e sem falar nos jogos, nas telecomunicações e no setor da energia. “O Banco Central criou o Pix, que usa essa tecnologia e facilita a vida das pessoas”, conta. 

No segmento do consumo, o blockchain possibilita ao consumidor, identificar a origem do produto que está consumindo. Um exemplos disso é a Cargill, uma produtora mundial na área de alimentos, que usa o blockchain para possibilitar ao consumidor visualizar a origem dos alimentos consumidos e acompanhar toda a cadeia pela qual ele passou. “Como a fonte é única, ela protege o seu uso indevido e elimina a duplicação dos dados. A empresa reduz custos, dá maior visibilidade, aumenta eficiência e evita fraudes”, explica César. 

Já no campo dos negócios, temos a Boing, por sua complexidade na produção das aeronaves exige uma tecnologia mais avançada, que facilita esse processo.

“Na área de remédios temos a Novartis e até nas áreas dos esportes, a NBA, tem usado a tecnologia na venda dos artigos de seus atletas. Essa é uma iniciativa que deve ser seguida pelos demais. O transporte marítimo vai se beneficiar muito dela, além do maior banco do mundo na China, o Industrial e Comercial da China. Temos na Australia a mineradora BHP Billiton, na Alemanha a Damler e a Microsoft nos Estados Unidos, Telefônica na Espanha. Para o consumidor é interessante pela possibilidade de acompanhar todo o processo do produto consumido. Existe um ganho de qualidade na indústria. Tudo isso melhora e aperfeiçoa esse sistema. Você tem inúmeras empresas com um faturamento superior a 1 bilhão de dólares que tem seguido os investimentos na área do blockchain”, lembra Bergo.

Transações mais seguras, sem intermediários e com baixo custo

Nos próximos anos, a tecnologia blockchain avançará ainda mais em todos os setores da sociedade, em especial em algumas que nem imaginávamos. 

Nelson Mitsuo Shimabukuro, especialista em criptomoedas e professor de Finanças da Universidade Presbiteriana Mackenzie Alphaville, explica que essa tecnologia pode ser usada em qualquer informação digitalizada. Ele destacou algumas delas, como os tokens não fungíveis (NFT), como o famoso Meme da menina Chloe arrematado por R$ 359 mil em um leilão online.

Dentro desse segmento temos também a venda das figuras, dos avatares e dos personagens de games, que chegam a custar desde R$ 2.000 até milhões de dólares. 

Outras aplicações que prometem serem os futuros do blockchain são as das áreas médicas. “O paciente controla o acesso as informações e tem seu histórico médico”. 

O uso da tecnologia blockchain podem ser usados para a execução de um testamento. Isso é o que tem feito a startup japonesa chamada Zweispace. Ela desenvolveu um sistema baseando em blockchain, que distribui automaticamente os ativos de um fundo de herança aos beneficiários após o cumprimento do contrato. 

Além dessas funções, o blockchain pode ajudar nos seguros, vendas e registros dos carros. Uma startup chamada Arcade City, criou uma forma dos motoristas definirem as suas taxas e preços. A tecnologia também pode ser usada para verificar o histórico de um veículo particular. A CarVertical, da Estônia, registra dados, incluindo o leasing e gera um relatório completo do carro. 

Apesar desses avanços, a tecnologia blockchain ainda tem alguns desafios importantes para enfrentar, como as limitações técnicas, operacionais, mercadológicas, a escalabilidade, pois ainda não atende grandes volumes de forma rápida. Existem ainda a complexidade técnica que tem pouca mão de obra especializada e no caso de esquecer a chave privada não tem como acionar o ativo. 

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Priscila Gorzoni
Jornalista formada pela Universidade Metodista de São Paulo, em ciências sociais pela USP, em direito pela Universidade Mackenzie, lato sensu em Fundamentos da arte e cultura pela Unesp-SP e mestre em história pela PUC SP. Iniciei minha carreira nas revistas passando por publicações como Bons Fluidos, Nova, Cláudia, Saúde. Mundo Estranho, Superinteressante e National Geographic Brasil. Publiquei alguns livros como O Guia do Autônomo, Os animais em guerra da editora Matrix, Os mortos-vivos da...
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