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Mercado Bitcoin, Bitso, OKEx e mais exchanges se mexem para tentar desbancar Binance no Brasil

4 mins
Atualizado por Paulo Alves

EM RESUMO

  • Mercado Bitcoin se move para abrir capital na bolsa.
  • Enquanto isso, pelo menos três exchanges estrangeiras se expandem para o Brasil.
  • Todas elas miram no mercado liderado pela Binance, criticada por nacionais.
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O Mercado Bitcoin pode abrir capital em breve na bolsa em mais um movimento que deve acirrar a competição no mercado de exchanges de criptomoedas no Brasil – na mira estão, principalmente, as corretoras internacionais.

Oficialmente, a corretora diz que “não comenta rumores de mercado”. Mas, segundo o Valor, a maior exchange nacional pretende captar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões em IPO na Bovespa e já teria contratado JPMorgan, BTG Pactual, Itaú BBA e XP Investimentos para coordenar a oferta enquanto aguarda os resultados do IPO da Coinbase nos EUA, que pode levantar pelo menos US$ 100 bilhões na quarta-feira (14).

A oferta pública de ações do Mercado Bitcoin seria o maior passo da corretora após o investimento de “centenas de milhões de dólares” liderado pelos Fundos da GP Investments e da Parallax Ventures em janeiro. Desde então, a empresa já selou a compra da Blockchain Academy como parte de um plano de expansão em meio à chegada de exchanges estrangeiras no mercado nacional.

A principal delas é a Binance, que assumiu a dianteira no ranking de volume de Bitcoin transacionado no país, com 22,92%, segundo um levantamento do Cointrader Monitor. A exchange obteve a liderança poucos meses após liberar depósitos em reais e por Pix, além de compras no cartão.

Mais corretoras estrangeiras

No entanto, outras estrangeiras que buscam reforçar a presença no Brasil tentarão abocanhar uma parcela desse mercado em breve. Uma delas é a chinesa OKEx, corretora que lançou recentemente aplicativo em português e já aceita depósitos via Pix por intermédio de parceiros.

James Jiang, VP da OKEx, contou à reportagem que a empresa aposta, entre outras coisas, na oferta de muitos pares de negociação, muita liquidez e taxas “abaixo da média do mercado”, em linha com o que já vêm fazendo exchanges nacionais como a BitcoinTrade, adquirida pela argentina Ripio no começo do ano, que padronizou taxas de saque a R$ 4,90 em abril.

Além disso, assim como o Mercado Bitcoin, a OKEx quer apostar em conteúdo educacional trazendo para o Brasil a plataforma Free Academy, com cursos gratuitos sobre criptomoedas. Por outro lado, o executivo garante que o forte negócio de derivativos da empresa ficará de fora porque “a OKEx se preocupa em não oferecer ao brasileiro nenhum produto que ele não esteja autorizado a negociar”.

Tapetão

justiça

A oferta de produtos sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é a principal reclamação de empresas nacionais contra a Binance. A suposta oferta de derivativos de maneira irregular por meses foi a motivação da denúncia da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) a autoridades no começo de março.

No entanto, as reclamações com a empresa partem de grupos que vão além de Mercado Bitcoin, Foxbit, NovaDAX e Bitblue, as únicas remanescentes da Associação.

Nos bastidores, executivos de outras empresas nacionais se queixam a cada novo lançamento da corretora fundada pelo sino-canadense Changpeng Zhao. O último foi a oferta de ações tokenizadas, vista como mais uma solução que pode ser acessada no Brasil apesar de a legislação não permitir.

Exchange de nicho

Esse não é o caso, no entanto, de André Horta, CEO da Bitcointoyou. Especulando inclusive que a americana Kraken também já estaria a caminho do Brasil, o executivo diz que vê a concorrência com bons olhos.

“São grandes players que mostram que o mercado de criptomoedas não é mais algo que a gente tinha lá em 2013, com startups pequenas. São empresas consolidadas, que vieram para ficar.”

Para se manter relevante nesse novo cenário, a Bitcointoyou está se posicionando como uma plataforma de fácil operação focada no usuário sem interesse em trade.

A empresa pretende lançar cartão de criptomoedas com conta digital, além de expandir sua máquina de cartão, em movimento que ajuda a borrar a linha entre exchange e bancos digitais como Alter e Zro Bank, por exemplo. “Esse é o nicho que encontramos”, explica Horta.

Além disso, a Bitcointoyou tem pretensão de abrir capital no futuro. Horta reconhece que o caminho é longo, mas um IPO já estaria no horizonte para 2023: “Os exemplos que a gente tem são de outras startups que recentemente foram listadas na bolsa com valuation de R$ 1 bilhão, caso da Meliuz e Enjoei”.

Enquanto isso, a exchange aposta na oferta de 16% da empresa por meio de notas conversíveis, em um total de R$ 5 milhões a serem captados – em cerca de duas semanas, a iniciativa levantou R$ 1 milhão.

Já a mexicana Bitso, que anunciou um novo country manager para comandar a expansão no Brasil, planeja oferecer soluções focadas em segurança, incluindo produtos consolidados em outros países, como um seguro para criptomoedas.

A corretora opera no Brasil desde dezembro de 2020 para institucionais e market makers, mas pretende lançar um produto de varejo ainda no primeiro semestre de 2021.

Em entrevista ao BeInCrypto, o executivo Marcos Jarne conta que a empresa, que já recebeu investimentos de Ripple e Coinbase, por ora quer “construir um DNA brasileiro” e não tem planos de adquirir startups nacionais.

Liderança ameaçada?

Outra que pode estrear no país é a Bitpanda, bolsa de criptomoedas austríaca que finalizou seu registro de marca junto ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) no fim de março. Perguntada se a iniciativa está ligada a uma possível chegada ao Brasil, a assessoria de imprensa da corretora disse que não comentaria o assunto.

A movimentação pinta um cenário competitivo no setor em 2021. Atual líder em volume de Bitcoin transacionado no país, a Binance, no entanto, não parece ver sua posição ameaçada.

“Vemos com bons olhos a chegada desses outros grandes players internacionais no Brasil” diz a empresa em nota, ressaltando que já concorre com algumas delas em importantes mercados e que teriam contribuído para o crescimento da corretora.

“Só a concorrência faz com que uma empresa se sinta desafiada para melhorar o seu produto e o seu serviço. Quem ganhará com esse acirramento da concorrência é o usuário brasileiro”, avalia a exchange.

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Paulo Alves
Sou jornalista e especialista, pela USP-SP, em Comunicação Digital. Já trabalhei em rádio e impresso, mas boa parte da minha experiência vem do online. Colaborei entre 2013 e 2021 com o Grupo Globo na área de tecnologia, onde já cobri assuntos diversos da área, de lançamentos de produtos aos principais ataques hackers dos últimos anos. Também já prestei consultoria em projetos do Banco Mundial e da ONU, entre outras instituições com foco em pesquisa científica. Entrei no mundo das...
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