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“País sofre com falta de transparência”, diz criador do GOV Token

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Atualizado por Júlia V. Kurtz

EM RESUMO

  • Ferramenta pioneira pretende dar mais transparências as ações do governo e empresas.
  • Projeto é inspirado em parceria com BNDES e deve ser testado no próximo semestre.
  • Gov Token da Investtools tem subsídios da Finep, da Faperj e AgeRio.
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Com mais de dez anos de experiência no desenvolvimento de softwares para o setor financeiro, a fintech carioca Investtools vem buscando, em diversas frentes, se consolidar como referência em tecnologia para empresas do mercado de capitais, a administração pública e a sociedade civil.

A proposta do GOV Token é registrar em blockchain os recursos que forem liberados por uma entidade pública, permitindo que todas as movimentações financeiras (valores, origens e destinos) fiquem gravadas de forma descentralizada, rastreável, imutável e com transparência. Isto significa que todas as ações poderão ser consultadas sempre e qualquer alteração fica sempre registrada. A solução anticorrupção conta com subsídios da Finep, da Faperj e da AgeRio.

A empresa atende, hoje, a mais de 40 gestoras com seus produtos, somando R$ 122 bilhões em AUM (assets under management).

O CEO da InvestTools, David Gibbin, conversou com o BeInCrypto sobre a origem do projeto e os benefícios que ele pode trazer à população.

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Já existe conversas com o governo?

Sim. Essa ferramenta começou de uma iniciativa nossa de um trabalho em colaboração técnica em parceria com o BNDES. Começamos esse projeto piloto, à época chamado BNDES Token e depois pensamos “por que não levar para a esfera pública?”. Aí surgiu o GOV Token.

O projeto passou por um processo de captação de recursos públicos. Recebemos o aval de um programa inovação Rio de Janeiro, onde participam a Finep, Age Rio e a Faperj. Inclusive, a Finep fez uma análise para mensurar o grau de inovação antes da liberação do recurso.

E, desde que a verba de R$ 1,5 milhão foi liberada em janeiro, nós também conversamos com outras entidades para a utilização do produto e todos ficarão muito empolgados com o grau de inovação e principalmente o grau de disrupção, de entrega que ele consegue trazer para sociedade.

Enfim, já temos conversas com prospects do mercado público para aplicação do projeto. Por enquanto ainda não temos nada definido poque as coisas no governo são mais lentas, mas já temos conversas avançadas com órgãos públicos para a utilização da tecnologia do projeto.

O contribuinte, no futuro, poderá acessar todas as contas e ver para onde vai o dinheiro público?

Estamos conversando com esferas do governo, sejam agências de fomento que operacionalizam a liberação do recurso, sejam esferas do governo federal, estadual, via fundações que fazem essa liberação e a nossa ideia nossa é rodar esse projeto como piloto.

Uma vez validado isso, poderemos começar uma disseminação para, a longo prazo, todos terem acessos aos recursos públicos. E mais: que todos passem nessa esteira, por esta tecnologia, só assim teríamos o rastreio de todos os gasto públicos.

Inicialmente, a nossa ideia é começar com alguns projetos pilotos com cooperações técnicas como esse que fizemos com o BNDES. Assim que começar a funcionar, queremos replicar para outras esferas até que a gente consiga esse sonho grande de chegar ao governo Federal

Estamos de olho também no mercado externo para que a aplicabilidade dessa tecnologia possa ser usada pelo Banco Mundial, pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID. Enfim, vemos potencial para essas ações.

E os resultados do projeto com BNDES?

Na verdade, esse projeto foi executado como um projeto piloto, mas não colocaram em produção por esbarrar na regulamentação. Hoje, o BNDES trabalha dentro de um projeto com a Blockchain Brasil, que é rede é permissionada para transitar e disseminar o blockchain em todos os órgãos públicos. Então, paramos nesse piloto e tomamos outro caminho para replicar o projeto. Nós não conseguimos mensurar ainda o que aconteceu porque o projeto travou.

Existe alguma perspectiva de outros pilotos com blockchain em outras entidades governamentais?

Sim, mas ainda não posso abrir em função do envolvimento público. Qualquer tipo de anúncio pode até ferir o esse processo de licitação. Mas o que posso adiantar é que já estamos trabalhando para início do próximo semestre. A ideia é trabalhar com um piloto com uma agência de fomento pública e nos mesmos moldes que fizemos com o BNDES, mas dessa vez, colocando o projeto em produção.

Por que esse projeto de transparência em entidades governamentais é importante e que tipo de informação o sistema pretende proteger?

Ele facilita muito o acompanhamento desses gastos por parte da população, dando a possibilidade de rastreabilidade e auditoria de forma muito fácil por ser algo intrínseco à tecnologia blockchain.

Nós aproveitamos características da tecnologia para oferecer ao público, toda a população, o acesso a essas informações. Acredito que esse é o principal, o de trazer para o Brasil essa ferramenta, já que o país sofre muito com esse tipo de coisa. Você acaba trazendo uma solução, que é muito necessária.  

Sobre a proteção de informações que o GOV Token quer proteger, a ideia é que você consiga dar uma destinação correta para o recurso. Por exemplo, quando o recurso entrar, às vezes, vemos desvio de verbas, como pegar um dinheiro que era destinado para uma escola e, de repente, é preciso construir um hospital. Então às vezes você acaba utilizando e repassando esse recurso e não dá a destinação correta.

Além dos consumidores e contribuintes conseguirem enxergar todo o caminho do dinheiro através da rastreabilidade, uma vez que a gente tokenizou, não existe a possibilidade de desviar do destino. E, o principal: uma vez que você construiu um histórico, você não consegue mais mudar. É a característica da imutabilidade do blockchain.

Uma vez que o recurso foi transferido, não é possível fazer uma readequação e dizer que “não foi bem assim” ou “eu não sei o que está acontecendo”. Toda a distribuição é automática.

A gente utiliza o blockchain público e estamos fazendo um projeto em cima da blockchain do Bitcoin por ser a mais estável e robusta. Uma vez que isso foi replicado, não existe nenhum governo que consiga, depois, mudar essa informação, porque uma vez que você estiver rodando isso dentro de um servidor do governo, você tem acesso e uma empresa privada, que está prestando o serviço, pode chegar ali  e dizer que faltou muita informação.

Então uma vez que está em uma rede blockchain, que tem computadores espalhados e validando a informação pelo mundo inteiro, você não tem mais esse controle central. Uma vez que foi divulgado, a informação não volta mais, ela virou pública de fato e você não consegue mais mudar,  isso é super importante e também vai garantir a confiabilidade, além obviamente, da população conseguir construir uma ferramenta de rastreabilidade de auditoria desses gastos de forma muito fácil, porque está de forma digital em uma blockchain.

Qualquer um terá acesso e poderá fazer auditoria, caso haja interesse.

Outra informação importante do projeto é a mudança que estamos fazendo em cima da rede Bitcoin. Mudamos da rede Ethereum para a segunda camada da rede Bitcoin para usar toda as características da rede Bitcoin, toda essa robustez da rede e oferecer confidencialidade, sem perder toda segurança na camada pública. Esse é o principal componente de inovação que a gente está trazendo e desenvolvendo no produto.

O GOV Token acaba com a possibilidade de fraude de forma automática. Qualquer um que altere a informação deixará um rastro na blockchain.

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Aline Fernandes
Apaixonada pelo que faz, Aline Fernandes é uma profissional que atua há 20 anos como jornalista. Especializada nas editorias de economia, agronegócio e internacional trabalha na BeINCrypto como editora do site brasileiro. Já passou por quase todas as redações e emissoras do país, incluindo canais setorizados como Globo News, Bloomberg News, Canal Rural, Canal do Boi, SBT, Record e Rádio Estadão/ESPM. Atuou também como correspondente internacional em Nova York e foi setorista de economia...
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