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Para Fernando Ulrich Injetar Liquidez no Mercado é Mitigar o Problema Financeiro Pontual

3 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • A injeção de liquidez só está mitigando um problema financeiro
  • Apesar de adotar políticas similares ao Brasil, o EUA possue um espaço de manobra maior
  • O real já é a pior moeda de 2020 e o aumento da taxa de câmbio pode piorar essa situação
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Após ser questionado qual é o impacto das políticas monetárias no mercado brasileiro e qual é a flexibilidade que o país tem para dar liquidez ao mercado sem quebrar o país, o economista Fernando Ulrich diz que apenas injetar liquidez no mercado é mitigar o problema financeiro pontual.
A crise do coronavírus é algo inédito e a parada súbita da economia, com a instauração da quarentena fez com que o fluxo de pagamentos de diversas cadeias produtivas parasse. Para evitar que várias empresas viessem a falência, o Estado, seja por meio do Banco Central ou do Governo mesmo, começou com diversos programas para provisão de liquidez, empréstimos emergenciais e outros assistencialismos sociais. Essas políticas para combater a crise não foram adotadas somente no Brasil, vários países estão criando programas para diminuir os impactos na economia gerados pela quarentena. Ulrich cita os EUA como exemplo e explica que as políticas adotadas pelo governo Trump são mais abrangentes, tem mais poder e possuem menos riscos do que as adotadas pelo governo brasileiro.

Até Onde Se Pode Chegar

Há um limite para o que se pode ser feito, essa política monetária de injetar dinheiro na economia, não cria nenhum bem, nenhuma mercadoria ou força de trabalho. Apenas injetar liquidez é mitigar o problema financeiro pontual, mas não é uma medida que vá durar para sempre. Se o Governo seguir com essas políticas, de imprimir dinheiro por um longo prazo, o risco inflacionário vai aumentar. No momento esse risco não é tão alto porque o choque de demanda ainda é muito alto. Ainda que as empresas tenham colocado o pé no freio e diminuído as suas produções, a demanda ainda continua alta. A diferença do que pode ser feito de políticas monetárias entre o EUA e o Brasil, é que o EUA detêm o dólar, que é a moeda de reserva mundial. Portanto eles tem um espaço de manobra muito maior do que o real. Por ser uma moeda de um país emergente, o Banco Central precisa ter muito cuidado com o nível de afrouxamento monetário. Caso o mundo comece a ter menos confiança no nosso país e na nossa economia, o que vai acontecer é o câmbio chegar de novo a R$ 5,70, um patamar considerado elevadíssimo.

Dólar Alto é Preocupante

O real é a pior moeda em 2020 e se não tomarmos cuidado, o cenário vai piorar mais ainda. O aumento da taxa de câmbio é preocupante, mas o governo não parece entender essa preocupação ou não se importar com isso. Desde novembro do ano passado Ulrich percebeu que o Banco Central e a Fazenda estavam muito tolerantes ao câmbio depreciado, quase convidando o mercado a jogar o câmbio para cima. O próprio ministro da economia, Paulo Guedes, não tinha se mostrado preocupado com a elevação do câmbio, ele comentou que o dólar poderia chegar à R$ 5, que o governo iria vender reservas e não teria problemas. A política do Banco Central, de reduzir os juros abaixo da taxa estrutural e de forma estimulativa acabou elevando o câmbio. E, apesar destes juros estarem muito reduzidos, isto não reduziu a taxa longa, a curva DI Futuro aumentou mais, o que significa que este juros não é sustentável nesses patamares. Fernando Ulrich diz que taxa de câmbio subindo é a população empobrecendo. O BeInCrypto entrou em contato com o Fernando Ulrich pedindo para que ele comentasse sobre essa matéria, mas até o momento da publicação deste artigo nós não recebemos uma resposta. Para manter-se informado, tendo a sua disposição conteúdo constante e de qualidade, não deixe de acompanhar nosso site. Aproveite e faça parte da nossa página de criptomoedas no Twitter.
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Airí Chaves
Com formação em marketing pela Universidade Estácio de Sá e um mestrado em liderança estratégica pela Unini, escreve para diversos meios do mercado de criptomoedas desde 2017. Como parte da equipe do BeInCrypto, contribuiu com quase 500 artigos, oferecendo análises profundas sobre criptomoedas, exchanges e ferramentas do setor. Sua missão é educar e informar, simplificando temas complexos para que sejam acessíveis a todos. Com um histórico de escrita para renomadas exchanges brasileiras,...
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