Ver mais

Pior moeda no ano, real ainda não viu fundo, apontam analistas

2 mins
Atualizado por Caio Nascimento

EM RESUMO

  • Real é a pior moeda do mundo, tendo desvalorizado 32% em relação ao dólar.
  • Nos primeiros 4 meses do ano o Brasil perdeu US $ 44 bilhões de investidores.
  • As taxas de juros mais baixas enfraqueceram uma importante fonte de apoio ao real.
  • promo

O surto do coronavírus impactou profundamente a grande maioria das moedas de mercados emergentes. Várias dessas moedas atingiram níveis mínimos. Porém, o real se destacou com uma queda de 32% em relação ao dólar desde janeiro.
No início do ano ainda era possível comercializar o dólar por R$ 4, porém, já em meado de maio a cotação da moeda norte americana subiu para R$ 5,96, fazendo com que a moeda brasileira marcasse o ponto mais fraco de todos os tempos. E as más notícias não param por aí: alguns dos bancos mais influentes prevem que o dólar pode chegar a R$ 6 ou além. O UBS, inclusive, acredita que a moeda norte americana vai bater R$ 7,35 em 2021. As apostas são altas, o Goldman Sachs espera que o dólar seja negociado a R$ 6 em três meses, já o JP Morgan é menos otimista, o dólar deve bater esse patamar ainda em junho.

Grande reviravolta nas previsões

No final do ano passado, investidores internacionais escolheram o real como uma de suas apostas favoritas para 2020. Eles previram que o Brasil teria um crescimento econômico na faixa dos 2%, com o governo fazendo uma série de reformas ambiciosas. Porém, as previsões foram por água abaixo, a crise sanitária causada pelo coronavírus e a crise econômica e política fizeram com que, só nos primeiros quatro meses do ano, os mercados brasileiros de ações e renda fixa perdessem cerca de US $ 44 bilhões de investidores internacionais e locais. Como abordado anteriormente aqui no BeInCrypto, o banco central está tentando contornar essa crise, porém suas ações não estão surtindo efeito. Alguns analistas acreditam que o BC está “enxugando gelo”. A taxa Selic caiu para 3%, sua mínima histórica, o dólar subiu para patamares históricos também, o banco central realizou leilões de swaps cambiais, mas os leilões quase não surtiram efeito na cotação da moeda norte americana.

Investidores internacionais

No passado, a política turbulenta das taxas de juros significativamente mais altas em comparação aos outros mercados desenvolvidos, fizeram do Brasil o queridinho por alguns investidores. No inicio de 2019 a Selic estava a 6%, compensando o investimento no país. Agora, com a taxa de juros a 3% e, com um provável futuro corte na Selic de até 0,75 percentual, os investidores internacionais estão cautelosos. Há quem ainda pense em investir no real, aproveitando a enorme desvalorização da moeda para comprar em baixa. Wim-Hein Pals, gerente de portfólio para mercados emergentes da Robeco, disse que o controle de qualidade no Brasil deixa os investidores nervosos, o país não possui o melhor histórico de gerenciamento de inflação. Ainda que ele acredite em uma provável recuperação da economia brasileira, dado os riscos de novas quedas do real, ainda é muito cedo para comprar.

Trusted

Isenção de responsabilidade

Todas as informações contidas em nosso site são publicadas de boa fé e apenas para fins de informação geral. Qualquer ação que o leitor tome com base nas informações contidas em nosso site é por sua própria conta e risco.

Airi-Chaves-2.png
Airí Chaves
Com formação em marketing pela Universidade Estácio de Sá e um mestrado em liderança estratégica pela Unini, escreve para diversos meios do mercado de criptomoedas desde 2017. Como parte da equipe do BeInCrypto, contribuiu com quase 500 artigos, oferecendo análises profundas sobre criptomoedas, exchanges e ferramentas do setor. Sua missão é educar e informar, simplificando temas complexos para que sejam acessíveis a todos. Com um histórico de escrita para renomadas exchanges brasileiras,...
READ FULL BIO
Patrocinados
Patrocinados